“Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Salmo 90.2).
Eternidade.
O que significa essa palavra e por que motivo alguém deveria aceitar
esse conceito, principalmente no que se refere ao destino do homem?
Sabemos por experiência própria, e através da observação da natureza,
que as coisas materiais se deterioram. A Segunda Lei da Termodinâmica
nos diz que todo o universo está se desgastando, como um relógio que
está perdendo a corda, e não vai durar para sempre. Portanto, é óbvio
que ele teve um princípio, exatamente como diz a Bíblia.
Sabemos que o Sol não
esteve sempre no céu, ou já teria consumido completamente todo o seu
combustível. O mesmo vale para todas as outras estrelas. Fica claro,
então, que houve uma época em que este universo não existia; nada
existia, nem mesmo a energia da qual o universo parece ser constituído.
Por que o universo não
poderia ter sua origem em alguma misteriosa energia cósmica que sempre
existiu, sem ter tido um começo? Por causa da Segunda Lei da
Termodinâmica, a lei da entropia. A energia não poderia ter existido
desde sempre, desenvolvendo-se rumo a um “Big Bang” (“Grande Explosão”)
que teria criado as estrelas e os planetas. Ela teria sofrido entropia
antes de “explodir” – e explosões não criam ordem. Se o universo
tivesse existido para sempre, agora tudo deveria ter a mesma
temperatura: o calor sempre é transmitido para algo mais frio.
Além disso, a energia
não tem nem intelecto, nem qualidades pessoais para fazer surgir a
incrível complexidade da vida e para criar seres com personalidade
própria. Inteligência e personalidade são imateriais e não poderiam ter
sido geradas posteriormente a partir da energia ou da matéria e,
portanto, devem tê-la precedido.
Não alguma força, mas
um Ser pessoal de inteligência infinita e sem começo deve ter criado o
universo. Não se trata da “causa original” da filosofia ou dos “deuses”
do paganismo, que mudam, seguem seus caprichos e competem entre si. O
Criador somente pode ser o “Eu Sou” que revelou a Si mesmo a Moisés na sarça ardente (Êxodo 3.14), o Auto-Existente sem começo e sem fim, de quem a Bíblia diz: “de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Salmo 90.2).
Tudo que podemos ver – seja a olho nu, com um telescópio ou através de um microscópio eletrônico – veio do nada.
É óbvio que o intelecto
e a personalidade são inteiramente diferentes da matéria e não são a
substância constitutiva dela. Portanto, o universo não faz parte de
Deus e nem é uma extensão dEle. Isso significa que tudo que podemos ver
– seja a olho nu, com um telescópio ou através de um microscópio
eletrônico – veio do nada. Isso é impossível, mas somos levados a essa
conclusão pela própria lógica. Contudo, imaginar que a vida e a
inteligência brotaram espontaneamente, por sua própria iniciativa e
poder, do espaço morto e vazio, seria algo totalmente irracional.
Portanto, alguma coisa diferente do universo e de seus componentes deve
ter existido sempre.
Não alguma coisa, mas Alguém, sem início nem fim. Por que Alguém?
Porque o universo, desde a estrutura atômica até uma célula humana,
exibe uma ordem e uma complexidade tão extraordinárias que só uma
inteligência infinita poderia ter planejado e executado – e nenhuma
coisa, ou força, ou “poder superior” tem a capacidade de pensar,
planejar e organizar. Além disso, a espécie humana é composta de
personalidades individuais que têm a capacidade de conceber idéias
conceituais, expressá-las em palavras ou desenhos e transformá-las em
intrincadas estruturas que não existem na natureza. Os seres humanos
também têm a capacidade de sentir amor e ódio, alegria e tristeza,
perceber a justiça e a injustiça, e raciocinar sobre sua própria
existência e destino.
Só uma Pessoa infinita
poderia criar pessoas. Portanto, as evidências e a lógica nos levam a
concluir que este universo só poderia ter começado a existir sob o
comando de Alguém que não teve começo; Alguém que sempre existiu e que
possui o gênio e o poder infinitos para trazer à existência todas as
coisas e todos os seres, a partir do nada. Certamente não foi pela superstição corrente no Egito em seus dias, mas por revelação divina que Moisés declarou: “Antes
que [...] se formassem a terra e o mundo [...] de eternidade a
eternidade, tu és Deus [...] mil anos, aos teus olhos, são como o dia
de ontem que se foi, e como a vigília da noite” (Salmo 90.2,4).
Este não é o deus do
paganismo, das religiões indígenas, ou de qualquer uma das grandes
religiões do mundo, tais como o budismo (pouquíssimos budistas
acreditam em Deus), o hinduísmo, o islamismo e muitas outras, mas sim o
Deus da Bíblia que, do modo como é descrito nas Escrituras,
qualifica-se de forma única e singular para ser o Criador de todas as
coisas. Não consideramos o cristianismo como sendo uma das religiões do
mundo, mas sim como algo inteiramente distinto de todas elas.
No princípio, criou Deus os céus e a terra.
A Bíblia jamais tenta
provar a existência de Deus. Ela simplesmente a toma como um fato. Ela
também não tenta explicar o que está além da nossa capacidade de
compreensão. A Escritura simplesmente declara, no primeiro versículo: “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gênesis 1.1). Em gratidão ao Deus que o criou, o rei Davi afirmou: “Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem” (Salmo 139.14).
A ciência não foi, nem
jamais será capaz de verificar, refutar ou aperfeiçoar essa
declaração. Não podemos compreendê-la, mas devemos aceitá-la pela fé.
Aqui temos um exemplo do que é a fé: um passo que nada tem de
irracional, mas sim uma trajetória racional que pondera as evidências e
segue a lógica até o ponto em que a razão consegue alcançar, e depois
dá mais um passo além da razão, mas sempre na direção e no sentido que
as evidências e a razão indicaram.
A Bíblia expressa esse princípio da seguinte forma: “Pela
fé entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de
maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem”
(Hebreus 11.3). Alguns autores já
disseram que essa foi a primeira formulação da teoria atômica. Não,
isso não é teoria; é a afirmação de um fato nas palavras do próprio
Deus. No entanto, temos de ter o cuidado de não ler nesse versículo
mais do que ele realmente diz. Ele não diz que tudo foi formado de algo
invisível. Ele não diz, igualmente, que o universo foi formado de
alguma coisa.
O que Hebreus 11.3 nos
diz é que o universo visível não foi feito de algo visível, pois isso
implicaria dizer que alguma coisa visível sempre existiu e que o
universo foi simplesmente fabricado com os materiais disponíveis. Mas
ele não poderia ter sido criado dessa forma, porque não existe nada
visível que seja eterno. Na verdade, o universo foi criado pela Palavra
de Deus: “Disse Deus: Haja [...]” (Gênesis 1.3,6,9, e outros),
e tudo que é visível passou a existir em obediência à Sua Palavra.
Essa mesma Palavra que criou e sustenta todas as coisas falará
novamente, e tudo que é visível na velha criação se dissolverá e
tornará ao nada: “Ora, os céus que agora
existem e a terra, pela mesma palavra, têm sido entesourados para fogo,
estando reservados para o Dia do Juízo e destruição dos homens ímpios”
(2 Pedro 3.7).
Muito antes da formulação da Segunda Lei da Termodinâmica, Jesus afirmou muito claramente: “Passará o céu e a terra” (Mateus 24.35).
Entretanto, o universo não está destinado, simplesmente, a se
desgastar devido à passagem de incontáveis bilhões de anos. Sob a
inspiração do Espírito Santo, Pedro explicou que toda a vida existente
na face da terra será sumariamente eliminada e o universo inteiro será
destruído por Deus como castigo pela rebelião do homem e de Satanás. Em
seu lugar, será criado um novo universo: “[No]
Dia do Juízo [...] os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os
elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela
existem serão atingidas [...] os céus, incendiados, serão desfeitos
[...] Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova
terra, nos quais habita justiça” (2 Pedro 3.7-13).
A palavra “céus”
é usada de duas formas na Escritura: significando tudo o que há de
físico no espaço dimensional exterior à terra, e referindo-se à
habitação imaterial de Deus, que Jesus indicou quando disse: “Na casa de meu Pai há muitas moradas” (João 14.2).
Um significado refere-se a algo visível e temporal, enquanto o outro
fala de algo invisível e eterno. Este universo visível e temporário não
é tudo o que existe. Há uma outra dimensão de existência que não é
física nem visível – e que não se desgasta nem envelhece com a passagem
do tempo, não pode ser destruída e jamais deixará de existir. (Dave Hunt - http://www.chamada.com.br)
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