O
pastor Márcio de Souza, afirma que Malafaia não fala contra a Rede
Globo porque "mexe no bolso e ele recua" . Já o pastor Paulo Siqueira
afirma que Silas Malafaia é “um exemplo a não ser seguido”
O
pastor Márcio de Souza, colunista do Gospel+, publicou artigo
questionando os motivos de o pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia
de Deus Vitória em Cristo, não ter se posicionado a respeito do capítulo
da novela Avenida Brasil em que a personagem evangélica, interpretada
pela atriz Paula Burlamarqui, aparece seminua dizendo “tá amarrado”.
Souza
afirma que “o cara [pastor Silas Malafaia] se mete em tudo, causa gay,
movimentação dos blogueiros, vende bíblia a 900 paus, recolhe oferta da
casa própria, lei geral da copa, mas levantar a sua ‘voz profética’
contra a Globo que é bom nada”.
Classificando a falta de
manifestação de Silas Malafaia sobre o assunto como “covardia”, Souza
afirma que o pastor “fala contra quem sabe que não tem força para
reverberar contra ele, mas contra a rede globo que paga a ele pra ele
entregar a gente e nosso modo de viver pra comercializar isso, aí mexe
no bolso e ele recua”.
O colunista afirma ainda que “a covardia e
o conluio dos pastores evangélicos com as instituições poderosas
sinceramente me enoja”, e classifica a postura de diversos líderes
evangélicos como “a corrupção dos princípios bíblicos”.
Márcio de
Souza pontua que o silêncio de Silas Malafaia é “medo de perder o
confortável papel dele de aparecer no comercial do ‘Promessas’ fazendo
seu jabá. Convicções vendidas. E quem vende convicções, se for preciso
vende até os amigos. Esse é o perfil da maioria que anda por aí”.
Leia a íntegra do artigo “Fala agora Malafaia, Fala” de Márcio de Souza, abaixo:
O
leitor Edson comentou esses dias sobre a questão da ausência de
manifestação do Malafaia com relação a postura da globo de escarnecer da
mulher crente com aquela personagem bizarra da Burlamaqui.
Pois é
minha gente, o cara se mete em tudo, causa gay, movimentação dos
blogueiros, vende bíblia a 900 paus, recolhe oferta da casa própria, lei
geral da copa, mas levantar a sua “voz profética” contra a Globo que é
bom nada né? Não por cuspir no prato em que come, porque ele já fez isso
várias vezes, mas por covardia mesmo. Ele fala contra quem sabe que não
tem força para reverberar contra ele, mas contra a rede globo que paga a
ele pra ele entregar a gente e nosso modo de viver pra comercializar
isso, aí mexe no bolso e ele recua.
A covardia e o conluio dos
pastores evangélicos com as instituições poderosas sinceramente me
enoja. É a corrupção dos princípios bíblicos como denúncia junto com o
medo de perder o confortável papel dele de aparecer no comercial do
promessas fazendo seu jabá. Convicções vendidas. E quem vende
convicções, se for preciso vende até os amigos. Esse é o perfil da
maioria que anda por aí. Se esse é o preço da exposição midiática,
prefiro ficar no anonimato.
E no mais, tudo na mais santa paz!
Pastor Márcio de Souza
Já
o pastor Paulo Siqueira, líder do movimento “Evangelho Puro e Simples”,
afirma que o pastor Silas Malafaia é “um exemplo a não ser seguido”,
por causa de suas pregações alinhadas com a teologia da prosperidade.
Siqueira
afirma lamentar as “mudanças” que viu no discurso de Silas Malafaia ao
longo do tempo, e que o pastor se tornou um plano de marketing: “Tive a
oportunidade de ouvir, ao vivo, o sr. Silas pregando nos últimos vinte
anos, e infelizmente esse cidadão passou por grandes transformações. Sua
mudança ocorre de forma cronológica, pensada e articulada por seus
assessores. Do bigode ao implante de topete, muito dinheiro e muito
empreendedorismo de marketing foram necessários”.
Comentando a
mensagem gravada e veiculada no programa Vitória em Cristo, em que o
pastor Silas Malafaia desafiou críticos a apontarem erros teológicos em
sua ministração pró-teologia da prosperidade, Paulo Siqueira afirma que
“tudo foi milimetricamente calculado por seus assessores” e que a
reunião de membros da ADVEC no Arena HSBC é “a imagem perfeita para
Silas demonstrar seu poder diante de partidos políticos e seus
candidatos, dizendo a todos eles: ‘estão vendo? Eu tenho moeda de troca
para barganhar com vocês’”.
Confira abaixo a íntegra do artigo “Silas Malafaia: um exemplo a não ser seguido”, de Paulo Siqueira:
No
último sábado, tivemos mais um capítulo da série “Silas Malafaia em
busca do poder terreno”, uma série já dura há bastante tempo. Tive a
oportunidade de ouvir, ao vivo, o sr. Silas pregando nos últimos vinte
anos, e infelizmente esse cidadão passou por grandes transformações.
Sua
mudança ocorre de forma cronológica, pensada e articulada por seus
assessores. Do bigode ao implante de topete, muito dinheiro e muito
empreendedorismo de marketing foram necessários.
No último
sábado, sinceramente eu tinha uma esperança, pois o desafio de Malafaia
era na Bíblia. Sendo assim, eu imaginava que ele, em temor a Deus e Sua
Palavra, apresentasse algo verdadeiro.
Porém, estou decepcionado, pois nada novo foi apresentado.
O
pior: tudo foi milimetricamente calculado por seus assessores. Seguindo
sua própria orientação, vou desenvolver o texto segundo os temas
propostos por ele: duvidar, criticar e determinar.
a) Duvidar
O
ambiente do culto foi previamente calculado. Silas reúne em um espaço
bastante conceituado no mundo dos espetáculos, pois ficaria mais fácil a
exposição midiática. Cada imagem, cada foco descreve isso. O povo não
percebeu, mas todos estavam ali fazendo parte de um espetáculo com
objetivos já calculados.
A multidão, o local são a imagem
perfeita para Silas demonstrar seu poder diante de partidos políticos e
seus candidatos, dizendo a todos eles: estão vendo? Eu tenho moeda de
troca para barganhar com vocês.
Dos milhares que ali estavam, cada um representa votos a serem explorados.
Nisso,
o sr. Malafaia se tornou um exímio profissional, pois sua carreira
pastoral não seria a mesma sem seus vínculos políticos. Ele sabe as
consequências e os lucros de um apadrinhamento político. Isso é
facilmente percebível ao vermos que o antigo pastor bigodudo, que
dirigia uma velha perua kombi no início do seu ministério, hoje desfila
pelas avenidas do Rio com sua Mercedez blindada, doada por um parceiro.
A
prova disso é que nessa última semana foi divulgado nos meios de
comunicação uma proposta do Governo Dilma que visa proibir o aluguel de
horários na TV aberta, e os primeiros a se manifestarem contra essa
medida foram os líderes evangélicos, por se sentirem prejudicados. O
interessante dessa notícia é que parece óbvio que líderes evangélicos
realmente vêm se utilizando dos espaços de mídia para auto-promoção e
para a barganha do povo, por votos, diante de partidos e políticos. Isso
é notório pelo número de políticos, futuros candidatos e interessados
ou representantes dos meios políticos nos púlpitos dos principais cultos
e eventos promovidos por ministérios evangélicos. Ou seja: o meio
evangélico já provou que pode agrupar multidões e esse é um terreno
fértil para o assédio político. Talvez seja esse o verdadeiro meio que
muitos líderes evangélicos descobriram para justificar a sua
“prosperidade” ou seu “meio de fé”.
Para líderes como Silas e
outros mais, “Deus” e “Jesus” são meros produtos a serem negociados
dentro do seu enorme panteão de mercadorias, que estão disponíveis para
todo aquele que esteja pronto a pagar. Há uma perda considerável da
definição do que é Sagrado e Profano.
“Os seus sacerdotes
violentam a minha lei, e profanam as minhas coisas santas; não fazem
diferença entre o santo e o profano, nem discernem o impuro do puro; e
de meus sábados escondem os seus olhos, e assim sou profanado no meio
deles”. Ezequiel 22:26
Segundo ponto a analisar: que o sr.
Malafaia não abandona a sua postura de arrogância, prepotência, soberba
narcisista. Fica evidente, pelo desdém e pela ironia ao citar aqueles
que o criticam, o uso de termos como trouxas, idiotas, babacas, panacas,
manés, bandidos, e outros mais que só os bastidores podem revelar.
Segundo pessoas que o acompanham nisso, dizem ser comum palavras de
baixo calão na boca desse homem.
Esse desrespeito o deixa cego,
pois hoje no Brasil calcula-se que o número de blogs pode ultrapassar os
cem mil, e muitos dos que têm blogs também têm uma formação. São
teólogos, filósofos, sociólogos, antropólogos, e seus blogs são uma
forma de estender a todos suas fontes de conhecimento. Muitos blogs
nascem no período da graduação ou pós-graduação, ou até no mestrado ou
doutorado. É preciso saber que as extravagâncias e o modo de ser nada
peculiar do sr. Silas é objeto de pesquisas em muitas universidades, em
cursos de mestrado e doutorado, pois sua forma espetaculosa de culto já
há muito tempo é percebida nos meios acadêmicos.
Então, chamar
blogueiros na TV de idiotas, analfabetos e demais adjetivos pejorativos
não responde com a verdade. Essa é a forma que o sr. Silas se utiliza
para se corresponder com aquilo que ele acha que é inferior e
desprezível ao seu modo de ser.
Ainda há a ira com que Malafaia
fala dessas pessoas. Tanto sua postura como seu linguajar estão
totalmente contrários ao modo de ser de um verdadeiro homem de Deus,
pois a Bíblia nos revela que seremos conhecidos pelos frutos, e frutos
do Espírito Santo, e ainda destaca esses frutos:
Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. – Gálatas 5.22
Com
certeza, quem já teve a oportunidade de assistir aos programas do Silas
Malafaia, percebe que ele se esqueceu desse versículo.
Agora, o
ponto central no desafio é a pregação. Silas, de forma que eu também
acredito pensada e articulada, apresenta suas idéias em versículos
fracionados, ou versículos isolados. Isso é típico de quem tem a arte de
manipular através das palavras. O sr. Silas descreve, através de suas
pregações, que com certeza não tem conhecimento bíblico necessário para
expor, através de uma pregação ou um sermão, as bases do discurso
fundamentadas em técnicas básicas da exegese e da hermenêutica, palavras
essas que já até ouvi ele citar, porém quem ouve sua pregação vê que é
impossível acreditar que ele saiba praticar uma boa exegese e uma boa
hermenêutica.
Eu perguntaria: o sr. Silas apresentaria suas
idéias, suas bases sobre a Teologia da Prosperidade diante de uma banca
acadêmica, formada por biblistas renomados, já que defende suas idéias
com tamanho afã? Acredito que não.
Silas descreve, através de sua
pregação, que nivela seus ouvintes por baixo, com chavões místicos,
muita oratória baseada em histórias pessoais e, quando apresenta alguma
coisa diferente, demonstra estar plagiando algum texto ou sermão que
nunca fornece a referência. Isso é facilmente percebível, pois falta em
seus sermões referenciais teológicos, históricos, antropológicos,
filosóficos. Ou seja, é difícil classificar o sr. Silas como teólogo, ou
perceber que suas idéias partem de uma teologia sistemática,
aprofundada pelo pensamento e pelo mergulho num mundo de idéias.
Com
certeza, sua justificativa é a de muitos pregadores do meio pentecostal
e neopentecostal: eu prego pelo Espírito. Porém, o mesmo apóstolo que
ele usou no sábado para apoiar suas idéias, nos diz:
“Que farei,
pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento;
cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.’ – 1
Coríntios 14:15
Sabemos que todo ser humano tem seu conhecimento.
Paulo Freire destaca em sua obra a sabedoria popular como um dos
grandes referenciais para o crescimento dos seres humanos. O que
acontece é que o contexto pentecostal é direcionado com projetos onde
suas lideranças vivem num mundo cercado por uma forte concorrência
pessoal e ministerial. Exemplo disso: é só acompanhar nos sábados pelo
manhã aos embates que ocorrem por uma mesmo denominação, em um mesmo
período de horário.
Fico a pensar: o que um leigo pensa depois de
ficar um sábado, das 8 às 12 horas, vendo a programação da Rede TV?
Será que ela seria capaz de definir o que a Assembléia de Deus e quem
são os seus líderes?
Isso só é possível depois de meses ou anos
mergulhado nessas igrejas, que devido à ganância de seus líderes, se
perdem diante daquilo que eles pregam e diante de toda a sua história.
Muitos desses líderes provaram dos prazeres do mundo, e se perderam em
suas essências, não sabendo mais o caminho de volta, ou muitos não
querem voltar ao velho discurso de abençoar pobres e viúvas.
A teologia da prosperidade dá frutos “muito melhores”, pois na medida em que o povo é abençoado, seus líderes também são.
Silas
e muitos outros líderes, sem perceber, têm saído de uma teologia
sistemática consistente e fundamentada para criar, cada um, as suas
teodisséias. Ou seja, eles partem do princípio bíblico, porém vão aos
poucos manipulando esses princípios, até que o povo não se aperceba que
estão praticando e servindo a conceitos adulterados. Por isso, Silas se
utiliza, em suas pregações, da palavra “verdade”. No decorrer do seu
ministério, destacou-se por sempre buscar a verdade. Porém, quando é
interpelado por suas próprias palavras, ele revela sua ira.
É
preciso saber que a igreja brasileira tem mudado. Hoje temos acesso a
novas literaturas, melhor formação, e a internet possibilita contato com
o mundo todo de forma rápida e segura. Hoje já temos aulas dos grandes
centros de pesquisa traduzidas para o português e disponíveis para todos
os que desejam o conhecimento. Temos, hoje, editoras traduzindo os
livros e autores históricos do cristianismo. É preciso urgentemente que o
sr. Silas fundamente a sua teologia, que descubra através de estudos
sérios que a filosofia não é um besteirol, mas sim uma ciência que muito
pode apoiar o teólogo, pois querer ser um deus numa terra de cegos é
algo que será bastante trabalhoso, pois os blogueiros estão atentos.
b) Criticar
Bem,
aqui exerço o que é peculiar na minha formação, pois sou teólogo
formado em uma instituição teológica conceituada e reconhecida. Possuo
pós-graduações e sou um assíduo participante de congressos e seminários,
sem contar que sou um leitor apaixonado pelo conhecimento.
Tudo
isso para dizer que os termos pejorativos podem até se encaixar a mim,
mas me esforço para ser um teólogo que caminha nos passos da vida, pois
um teólogo que não se empenha na arte da crítica não entendeu os
porquês da sua formação.
O texto apresentado pelo sr. Silas se
fundamenta em 2 Co 9. Ele apresenta o texto totalmente fracionado, ou
seja, não faz uma exegese do texto. É preciso dizer que citar um texto
do Apóstolo Paulo e não fundamentá-lo com a vida do apóstolo é algo
terrível para todo biblista. É preciso dizer que o Apóstolo Paulo
reflete para nós os passos a ser percorridos de homem pecador a homem
transformado e nascido de novo pela ação do poder de Deus.
Então,
usar textos referidos ao Apóstolo Paulo sem falar de seu caráter é uma
perda de tempo. Paulo é exemplo a ser seguido por teólogos,
missionários, pastores, enfim, por homens e mulheres que desejam “VIVER”
de forma plena o ministério de Cristo, pois sua mensagem se relaciona
com sua vida, pois nele estava o Espírito de liberdade e a teologia da
cruz.
A carta aos Coríntios tem sido usada por muitas igrejas
para criar teologias não existentes, como por exemplo as doutrinas de
usos e costumes, que durante décadas subjugaram as mulheres no seio da
igreja. De repente, do nada essas doutrinas desaparecem, e muitos são os
pregadores e líderes que até hoje não explicaram ao povo anos e anos de
uma doutrina não pertencente à teologia de Paulo.
O sr. Silas
apresenta um texto sem antes buscar definições e pressupostos. Isso só
seria possível se ele fosse um exímio conhecedor dos textos originais.
Ou seja, conhecedor do grego e do hebraico, e das demais línguas
antigas. Fazer exegese é um trabalho fascinante, pois é uma forma de
interpretar a Bíblia. O grande problema é que muitos pastores de
formação pentecostal não se aplicam ao estudo real da Palavra de Deus.
Hoje
é possível ter um ”diploma” ou “certificado” teológico de forma tão
superficial, que você se matricula, recebe as lições e o diploma, tudo
na mesma hora. E muitos são aqueles que acreditam que isso é estudar
teologia.
Os efeitos colaterais desses cursos, seminários,
institutos e demais formas de dizer que se estuda a Bíblia são as
heresias que se multiplicam dia após dia.
O sr. Silas tenta de
alguma forma se apresentar como conhecedor da Bíblia, porém ele se
aplica dentro do seu contexto, e sabe para quem está falando. Divide o
sermão com o intuito de aplicar técnicas de oratória, vindas do seu
curso de Psicologia. Ou seja, utiliza-se de pontos de pressão, com
informação, palavras responsivas, fazendo com que o público viaje dentro
do texto, tendo a impressão de que está totalmente aprofundado no
mesmo. Porém, os pontos são batidos à exaustão, e muitos, sem saber,
estão dentro de uma teodisséia muito bem pensada.
Ele destaca, em
seu texto, palavras como oferta, bênção, glória de Deus, Graça de Deus.
Tudo isso como pressupostos para um ato de fé. Em momento algum, ele
sai do capítulo referido, pois se partisse para outro capítulo, com
certeza seria quebrado o “encantamento” a ser aplicado ao público que o
ouvia, pois as cartas aos coríntios não têm como centro a oferta, e não
somente a prosperidade. Para Paulo, a mensagem de Cristo é para os que
sofrem, para os que buscam um sentido na vida.
Para falar sobre
as ofertas, era preciso também dizer do contexto cultural e social da
vida em Corinto. Aí, com certeza, entenderia-se o porquê da perícope do
capítulo 9 de 2 Coríntios.
Esse é o grande mal de muitos
pregadores: utilizar-se do texto bíblico sem conhecer o texto de forma
aprofundada. Eu não acredito que o Espírito Santo tenha a capacidade de
revelar a um pregador um texto de forma errônea, ou ensinar um texto de
forma errada, sabendo que Ele mesmo capacitou a outros para saber aquele
texto de forma mais aprofundada.
Temos hoje, no Brasil,
teólogos, biblistas que não precisam se utilizar de “americanos” para
trazer ensino e conhecimento de qualidade para o seio da igreja
brasileira. É preciso dizer que na América há muitas teologias boas. Não
sei o porquê o seio pentecostal parece trazer sempre conceitos
duvidosos e pouco proveitosos.
Criticar esse texto do sr. Silas
fica até fácil, pois o texto apresentado é sua base para justificar sua
teologia da prosperidade. Ainda bem que ele mesmo diz, em sua pregação:
“eu não sei tudo da Bíblia”. Teologia da prosperidade não se encaixa com
nossa realidade cultural e social.
Isso revela o porquê de
tantos anos necessários para justificar essa teologia. Somos um
continente onde predomina a exploração dos mais fracos. Onde
analfabetismo, fome, sede, doenças, falta de saneamento básico, falta de
moradia, violência são utilizados como forma de sustento
político-social. Onde até mesmo as soluções para todos esses problemas
têm o mesmo intuito. Então uma teologia para essa realidade tem que
nascer nesse meio, ou seja, tem que ser o reflexo da realidade e da
cultura desse povo.
Não adianta ir aos EUA e se deslumbrar com os
grandes templos, com a prosperidade de muitas denominações, e colocar
tudo isso na mala, e desembarcar no Brasil se sentindo o “inventor da
roda”. Essa teologia pode até funcionar nos grandes centros urbanos,
porém no interior e nos Estados longínquos, isso não fará efeito algum.
A
prova disso é que a fome, a miséria e a morte ainda fazem parte de
muitos lugares no Brasil. Teologia da prosperidade precisa ser revista,
precisa ser aprimorada por pessoas responsáveis, que tratem a Palavra de
Deus com seu verdadeiro sentido. Não basta jogar ao vento, imaginando
que ela trará o seu resultado.
c) Determinar
Sei que, se o
sr. Silas ou algum dos seus auxiliares, chegou até aqui nesse artigo,
com certeza já levei vários nomes pejorativos, que fazem parte do
vocabulário dessa gente. Porém, quero aqui fazer lembrança de que muito
do que o sr. Silas sonha e almeja ministerialmente, já foi alcançado por
um pastor americano da sua própria denominação. Um homem que conseguiu
aos sábados pela manhã unificar os quatro continentes em torno do seu
programa televisivo. Algo incrível, em se tratando de quase três décadas
atrás.
Isso nos faz pensar no que será possível hoje, com todos
os avanços tecnológicos disponíveis. Então, o caminho almejado pelo sr.
Malafaia já tem um referencial, e eu acredito que, se utilizando dos
conchavos políticos, da sua teodisséia, ele irá alcançar e até
ultrapassar muitos pastores pelo mundo. Porém, é preciso lembrar também
que este pastor americano referido caiu, da mesma forma que subiu, em um
escândalo mundial.
Acredito que o sr. Silas terá um programa de
auditório na TV, terá um programa interligado mundialmente, porém é
preciso lembrar que a soberba, a vaidade, a ganância precedem a queda. O
sr. deveria estudar a biografia de grandes líderes mundiais, e com
certeza verá uma relação entre todos: não subestime nem despreze as
pessoas.
Talvez o sr. esteja me chamando de “profetinha de
meia-tigela”, ou outros nomes. Porém, quero deixar aqui, para terminar,
um versículo do Apóstolo Paulo, que você não referiu na sua pregação,
mas que pode ser lido ao todo:
“Ora, vede, irmãos, a vossa
vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os
poderosos. nem muitos os nobres que são chamados. Pelo contrário, Deus
escolheu as coisas loucas do mundo para confundir os sábios; e Deus
escolheu as coisas fracas do mundo para confundir as fortes; e Deus
escolheu as coisas ignóbeis do mundo, e as desprezadas, e as que não
são, para reduzir a nada as que são; para que nenhum mortal se glorie na
presença de Deus”. 1 Coríntios 1:26-29
Certa vez ouvi um provérbio que mudou minha vida, e gostaria de terminar esse artigo com esse provérbio:
“É muito fácil perceber quando alguém fala movido pelo Espírito Santo de Deus: pois com poucas palavras nos toca o coração”.
Precisamos
de homens e mulheres capacitados de poucas palavras e que de forma pura
e simples nos toque o coração, ao ponto de transformar nosso modo de
ser.
Que Deus abençoe a todos.
Paulo Siqueira
Fonte: Gospel+ |
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